As habilidades mais relevantes para C-level
As competências para cargos C-level mudaram drasticamente nos últimos anos. Entenda quais são as novas habilidades mais desejadas e o que está por trás dessa evolução.
Conhecimento técnico, gestão de recursos financeiros e experiência operacional foram, por muito tempo, algumas das principais habilidades avaliadas na hora de contratar executivos C-level.
Hoje, entretanto, o cenário é outro. Cada vez mais, as empresas compreendem que profissionais com uma trajetória gerencial exemplar nem sempre serão bem-sucedidos como membros do alto escalão.
Para entender mais sobre as competências mais relevantes para o C-level e como elas mudaram ao longo do tempo, pesquisadores de Harvard analisaram dados de cerca de 5 mil descrições de vagas da Russell Reynolds Associates, uma das principais consultorias executivas do mundo.
A análise revelou expectativas não só para posições de CEO, mas também para demais cargos do board, como CMO (chief marketing officer), CFO (chief financial officer) e COO (chief operating officer), entre outros.
Entre os insights identificados a partir da pesquisa, o principal deles talvez seja este:
As empresas redefiniram significativamente o papel dos executivos C-level nas últimas duas décadas.
Atualmente, quando as empresas procuram líderes C-level, elas atribuem maior importância às habilidades sociais. Sim, estamos falando das chamadas soft skills.
Segundo a pesquisa, o crescimento das organizações e o nível de complexidade dos problemas a serem solucionados fazem com que as habilidades sociais sejam cada vez mais necessárias e, por consequência, valorizadas.
Mas, afinal, quais são as habilidades mais procuradas entre o C-level?
Comunicação
A teia de relacionamentos dos profissionais em C-level cresceu nos últimos anos. Agora, além preocupar-se com o produto, eles devem lidar com os mercados de capitais, instruir analistas, negociar com gerentes de ativos e atender à imprensa.
Também devem ser capazes de se comunicar bem com clientes e fornecedores, bem como precisam estar preparados para relacionar-se com os stakeholders em potenciais processos de fusões e aquisições.
Outro elemento que impulsiona a valorização de habilidades sociais como a comunicação é a crescente adoção de tecnologias de processamento de informações.
Isso porque quanto mais as empresas automatizam processos e aderem a novas tecnologias, mais necessário se torna ter lideranças com fortes competências comportamentais para responder a situações inesperadas e administrar conflitos.
Somado a isso, quando muitas companhias utilizam as mesmas plataformas tecnológicas, a capacidade de gerenciar pessoas torna-se um diferencial. E nesse aspecto, a comunicação é essencial.
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Reputação e influência
À medida que as empresas se afastam de uma gestão e comunicação focada em shareholders e passam a dedicar mais atenção aos stakeholders, os líderes C-level ganham status de figuras públicas, despertando o interesse e seguidores nas mídias sociais.
Isso exige uma postura mais pessoal, transparente e responsável. E para gerenciar esses relacionamentos, nem sempre será possível contar com uma equipe de relações públicas ou comunicação corporativa.
O profissional C-level deve ser hábil em gerenciar interações em tempo real de forma efetiva, demonstrando domínio da estratégia dos negócios a práticas de RH. Ou seja, deve ser capaz de controlar a forma como são percebidos por diferentes públicos.
Diversidade e Inclusão
A implementação da diversidade nas empresas vem gerando impacto em várias frentes dos negócios. Por isso, muitas empresas buscam reunir em suas equipes profissionais com experiências, culturas e pontos de vistas distintos, a fim de estimular a variedade de ideias e inovação.
Sendo assim, é importante que os CEOs e demais membros do C-level estejam preparados para lidar com questões relacionadas à diversidade, equidade e inclusão. Nesse sentido, destacam-se os profissionais capazes de atuar de forma ativa e empática, diante de públicos diversos.
Soft skills como essas ajudam a construir ambientes de trabalho inclusivos, onde os funcionários se sentem representados e valorizados, o que reflete não só na retenção de talentos mas também nos resultados financeiros.
Recrutar para o C-suite ficou ainda mais desafiador
Embora as habilidades sociais tenham conquistado maior relevância no desempenho executivo para as empresas, pouco progresso foi feito para a criação de processos que avaliem essas aptidões.
Segundo a pesquisa de Harvard, os investimentos para melhorar as habilidades de entrevista dos recrutadores e para criar ferramentas que permitam identificar e valorizar essas competências ainda são bastante restritos.
Além disso, a confidencialidade dos processos seletivos para profissionais C-level torna mais difícil conhecer os modelos em teste pelas empresas.
Apesar disso, é possível usar de recursos como testes de aptidão, personalidade e comportamento, e simulações para medir a performance social dos candidatos.
E não apenas na hora de contratar, as habilidades socioemocionais também devem ser consideradas ao avaliar o desempenho de executivos já atuantes na empresa.
Isso porque as soft skills podem produzir dados valiosos para decisões sobre promoções, bônus e compensações, além de, é claro, orientar programas de desenvolvimento de profissionais C-level.
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