Depois das big techs, como são chamadas as gigantes da tecnologia, um outro tipo de empresa tem se destacado no mercado mundial por seu desempenho.
Somente em 2021, as deep techs atraíram cerca de US$ 18 bilhões em investimentos, segundo a Liga Ventures.
A previsão é de que o mercado siga aquecido. O Boston Consulting Group (BCG) estima que o ecossistema de deep techs pode atrair de US$ 140 bilhões a US$ 200 bilhões em investimentos até 2025.
Neste artigo, você conhecerá melhor esse conceito, suas características e suas formas de gerar valor. Continue a leitura.
Em tradução livre, deep tech ou deep technology significa tecnologia profunda. Na prática, se refere a empresas que nascem a partir da união de tecnologia, inovação e descobertas científicas. Muitas atuam no desenvolvimento de produtos e serviços em áreas como biotecnologia, blockchain, inteligência artificial, genética, química, etc.
O termo foi criado em 2014 pela indiana Swati Chaturverdi, CEO e cofundadora da plataforma de investimento-anjo Propel(x). Em artigo sobre o tema, a empreendedora explicou: “Empresas de deep tech são baseadas em descobertas científicas tangíveis ou inovações de engenharia significativas. Elas estão tentando resolver grandes problemas que realmente afetam o mundo ao seu redor.”
As deep techs estão na contramão de um mercado que, até então, concentrava nas big techs e em laboratórios tradicionais e consolidados a possibilidade de criação de soluções disruptivas. Por isso, é comum que seu surgimento ocorra dentro de laboratórios ou universidades, sendo conduzidas por estudantes, cientistas e pesquisadores.
Um relatório elaborado pelo Boston Consulting Group (BCG) estabelece três características principais para as deep techs em um contexto de negócio: as soluções oferecidas devem ter um grande impacto socioambiental; são tecnologias que levam muito tempo para atingir a maturidade do mercado; e requerem alto investimento de capital.
As deep techs de sucesso também costumam apresentar quatro atributos complementares, segundo o estudo. O primeiro é o foco no problema que, em 97% dos negócios desse tipo, está alinhado às metas de desenvolvimento sustentável da ONU.
O segundo consiste em operar na convergência de tecnologias. O estudo mostra que 96% usam pelo menos duas tecnologias e 66% usam mais de uma tecnologia avançada.
O terceiro atributo está no fato de deep techs transferirem a inovação do mundo digital para o físico. Isso significa que 83% das empresas pesquisadas estão desenvolvendo um produto físico.
Por fim, o quarto fator é atuar como catalisadora de um novo ecossistema que conecta empresas, investidores, pesquisadores, etc.
Já a Propel(x) classifica as startups de tecnologia profunda como aquelas que compartilham as seguintes qualidades:
Para entender melhor como atuam as deep techs, pode-se utilizar o caso do Uber. O aplicativo traz a disrupção para o setor de mobilidade, já tendo conquistado milhões de clientes em todo o mundo. Porém, ele alavancou a economia do compartilhamento e construiu seu serviço usando as tecnologias já existentes.
Exemplos de deep techs no segmento de transportes, na visão de Swati Chaturvedi, incluiriam veículos autônomos, carros voadores ou outras tecnologias transformadoras.
Além disso, é importante destacar que as deep techs atuam focadas no impacto, fortalecendo a criação de uma sociedade 5.0, centrada no ser humano, e voltada à geração de valor para as pessoas.
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