Conheça a trajetória de executivas que geraram impacto no mundo corporativo e marcaram a história das organizações pelas quais passaram

Embora pesquisas indiquem que mulheres podem ser mais eficazes à frente de negócios, a participação feminina em posição de liderança de companhias de capital aberto ainda avança a passos lentos. De acordo com dados do Índice de Igualdade de Gênero 2023, elaborado pela Bloomberg, apenas 8% dos cargos de CEO são ocupados por mulheres. O percentual revela um crescimento de 1% em relação à edição anterior do relatório.

Quando avaliada a diversidade nos conselhos, elas ocupam 32% dos assentos, contra 31% registrados na última pesquisa. Já em posições de nível sênior, a participação feminina é de 30%, e em níveis médios de gestão, de 38%. Nesse contexto, nomes que desafiam o status quo e conquistam o topo, reinventando negócios e deixando marcas na história, merecem ser celebrados.

Por isso, neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, convidamos você a se inspirar na história de sucesso de cinco líderes femininas. Boa leitura!

Indra Nooyi

Ex-CEO da PepsiCo, Indra Nooyi é uma das mais respeitadas lideranças femininas do mundo. Formada em Física, Química e Matemática pela Universidade de Madras e pós-graduada em Administração, começou a carreira na Índia, seu país de origem, como gerente de produtos na Johnson & Johnson e na têxtil Mettur Beardsell.

Em seguida, mudou-se para os Estados Unidos, a fim de cursar o mestrado em Administração Pública e Privada na Yale School of Management, uma experiência que contribuiria para o seu ingresso no quadro de funcionários da Boston Consulting Group. Ainda ocupou posições estratégicas na Motorola e na Asea Brown Boveri, antes de chegar à PepsiCo, em 1994.

Foi preciso apenas sete anos até que Indra alcançasse a cadeira de CEO. Cinco anos depois, conquistou o posto de presidente, sendo a quinta pessoa a alcançar esse feito. No grupo alimentício, liderou uma reestruturação na estratégia de negócios da companhia, que culminou na aquisição de empresas como Quaker Oats Company e Gatorade.

Outra marca de sua gestão foi categorizar os produtos no catálogo da empresa e ampliar os investimentos em alimentos saudáveis, aumentando significativamente o lucro líquido da PepsiCo. Por seu trabalho à frente do grupo, Indra tornou-se uma das pessoas mais influentes do mundo, além de receber destaque em grandes veículos - Forbes, Wall Street Journal e Fortune.

Marian Croak

Executiva e pesquisadora na área de comunicação de voz e dados, com mais de 200 patentes registradas em seu nome, Marian Croak é conhecida como a inventora da tecnologia VoIP (Voice Over Internet Protocols), que converte voz em sinal digital e permite a realização de chamadas online. Ou seja, muitas das ferramentas que você utiliza hoje na rotina de trabalho, como Google Meet ou WhatsApp, não existiriam sem o trabalho dela.

Nascida em Nova Iorque, em 1955, Marian descobriu ainda na infância o fascínio pela habilidade de “consertar as coisas” ou aprimorá-las. Graduada pela Universidade de Princeton e doutora em Psicologia Social e Análise Quantitativa pela Universidade do Sul da Califórnia, ingressou em 1982 na AT&T Bell Laboratories. Lá, por mais de três décadas, atuou com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias e impulsionou sua carreira trabalhando com mensagens de voz e texto em celulares.

Em 2014, assumiu o cargo de vice-presidente sênior de infraestrutura de aplicativos e serviços na AT&T, tornando-se responsável pela supervisão de mais de 2 mil cientistas e engenheiros da computação e pela gestão de cerca de 500 programas. No mesmo ano, tornou-se vice-presidente no Google de IA responsável e tecnologias centradas no ser humano, função que desempenha até hoje, tendo como uma de suas missões garantir o uso ético dessa tecnologia.

Mary Barra

Presidente da General Motors (GM) desde 2014, Mary Barra foi a primeira mulher a ocupar o posto de CEO em uma fabricante de veículos global. Sua história na indústria automobilística teve início aos 18 anos, em seu primeiro emprego, cujo salário usava para pagar as despesas da faculdade. Formada em Engenharia Elétrica pelo General Motors Institute, recebeu uma bolsa da companhia para cursar mestrado em Administração de Empresas na Universidade de Stanford.

Em sua trajetória na GM, Mary atuou nas áreas de engenharia e administração, além de vivenciar a realidade da operação diretamente nas fábricas. Uma experiência que a levou à vice-presidência de engenharia de fabricação global (2008), de engenharia de fabricação global (2009), de desenvolvimento de produtos globais (2011) e, por fim, à presidência da companhia.

Como CEO, Mary foi responsável por conduzir a GM para um futuro cada vez mais tecnológico, com o desenvolvimento de carros sem motoristas e a aquisição Strobe, startup de sensores de tecnologia usados em veículos autônomos. Sua atuação à frente da corporação ainda lhe rendeu menções como uma das mulheres mais poderosas do mundo pela Forbes, uma das 100 pessoas mais influentes pela Time, e um diploma honorário de doutora pela Duke University.

Além disso, a executiva integrou o conselho administrativo de organizações como The Walt Disney Company, Detroit Economic Club, The Business Council, a Stanford University e Stanford Graduate School of Business Advisory Council.

Safra Catz

Safra Catz é a única mulher na lista dos 10 CEOs que mais faturaram em 2022. À frente da empresa de software Oracle, ela ocupa a sexta posição da lista, com uma remuneração de, aproximadamente, R$ 635 milhões, conforme a pesquisa publicada pelo The Wall Street Journal no ano passado. Na Oracle, liderou a estratégia que ajudou a empresa a fechar mais de 130 aquisições.

Eleita uma das mulheres mais poderosas de 2022 pela Forbes e considerada uma das empresárias mais influentes dos Estados Unidos, Safra nasceu em Israel e chegou aos Estados Unidos ainda aos seis anos. Após concluir a faculdade de Direito pela Universidade da Pensilvânia, passou a trabalhar no banco de investimentos Donaldson, Lufkin, & Jenrette (DLJ), onde seu desempenho ao longo de 13 anos a levou aos cargos de diretora executiva e vice-presidente sênior. Foi lá que desenvolveu a expertise em fusões e aquisições.

Em 1999, Safra chegou à Oracle como vice-presidente sênior. Ela ainda desempenharia as funções de diretora financeira e presidente, antes de passar a dividir a cadeira de CEO com Mark Hurd. Já em 2019, assumiu a posição integralmente após a morte de Hurd. Paralelamente à atuação na Oracle, é conselheira de administração da The Walt Disney Company e atua como professora de Contabilidade na Stanford Graduate School of Business.

Na carreira como executiva, Safra sempre destacou a contribuição da liderança feminina e a importância da diversidade em todos os níveis de um negócio.

Virginia Rometty

Hoje, copresidente da OneTen - organização social que promove a igualdade social por meio da geração de empregos para comunidade negra norte-americana -, Virginia Rometty é reconhecida como a CEO que mudou o curso da história da IBM. Isso porque Ginni, como também é chamada, foi uma das principais responsáveis por direcionar os investimentos da empresa para pesquisas nas áreas de cloud computing e business analytics.

Uma das empresárias de maior reconhecimento global nos últimos anos, ela cresceu em Chicago, nos Estados Unidos, e formou-se em Engenharia Elétrica e Ciências da Computação pela Northwestern University, em 1979. Ainda na graduação, deu início a carreira como engenheira na General Motors. De lá, saiu para ingressar na IBM, onde atuou por quase uma década, antes de passar a integrar o Consulting Group da IBM e de tornar-se gerente de projetos na companhia.

Em 2002, Ginni destacou-se por liderar a compra e a absorção da PricewaterhouseCoopers Consulting, um negócio de US$3,5 bilhões. Foi um passo importante para que conquistasse o posto de vice-presidente sênior e head de negócios globais da empresa multinacional cerca de três anos mais tarde. Em 2012, Rometty tornou-se a primeira mulher a ocupar a cadeira de CEO da IBM.

As mudanças que conduziu, especialmente os investimentos em inovação, foram fundamentais para uma virada de chave na estratégia de negócio, marcada pela transição da companhia de software para uma empresa de dados. Além disso, sob sua gestão, a IBM realizou a aquisição de mais de 65 empresas e ampliou programas e iniciativas para maior diversidade no quadro de funcionários.

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