Resiliência cibernética: os pilares para uma estratégica eficaz
Compreenda como a capacidade de se adaptar e responder a riscos, ameaças e vulnerabilidades pode determinar o futuro de um negócio.
E se sua empresa fosse obrigada a interromper a operação por cerca de três semanas? Segundo relatório da Accenture, essa é a média de tempo que as organizações precisam para se recuperar parcialmente e retomar os negócios após um ataque de ransomware. Já o restabelecimento total, na maioria dos casos, leva cerca de 60 dias. Nesse contexto, a resiliência cibernética é a chave para reduzir o prejuízo nos negócios.
Nos últimos anos, o processo de transformação digital da economia e da sociedade vem promovendo o aumento das redes interligadas de computadores. Dessa forma, empresas, governos e cidadãos tornam-se mais vulneráveis e ficam mais expostos a ameaças virtuais. Ao compreender e se preparar para as implicações de um ataque desse tipo, as empresas têm a chance de se recuperar mais rapidamente.
Neste artigo, você entenderá mais sobre os pilares para construir uma estratégia de resiliência cibernética e o cenário de ameaças no Brasil.
Afinal, o que significa resiliência cibernética?
Um dos temas sistêmicos mais importantes da economia global na atualidade é a segurança cibernética, que configura a prática de proteger computadores, redes, aplicações de software, sistemas essenciais e dados de possíveis ataques virtuais.
Já a resiliência cibernética pode ser entendida como a habilidade de sistemas cibernéticos de antecipar, de continuar a operar corretamente, de recuperar-se, de evoluir e de adaptar-se diante de ameaças. Para isso, ela consiste na união de uma série de métodos, práticas e tecnologias voltadas a minimizar os riscos para os processos e fluxos de trabalho, protegendo a organização.
É importante destacar que as práticas de resiliência cibernética devem abranger tanto ameaças externas (hackers), como internas (falhas processuais, funcionários negligentes ou mal-intencionados). Por isso, uma estratégia de resiliência cibernética robusta deve incluir os seguintes fatores:
- adoção de soluções de segurança da informação nas empresas;
- qualificação constante de profissionais dedicados à segurança cibernética;
- sensibilização e engajamento dos demais perfis profissionais da empresa;
- adoção de processos de gestão interna para monitoramento de riscos;
- definição de protocolo de respostas a incidentes.
Os pilares para uma estratégia de resiliência cibernética
Não existe um modelo único para uma estratégia de resiliência cibernética, mas muitos especialistas sugerem que ela deve atender a sete pilares. Dessa forma, é possível proporcionar mais confiança às lideranças e auxiliar na tomada de decisão sobre investimentos e melhoria contínua.
Confira, a seguir, cada um deles:
1. Gestão de risco unificada
A organização deve contar com uma estrutura unificada de gestão de riscos. Esse programa precisa ser capaz de alinhar objetivos de segurança cibernética, ao mesmo tempo em que permite antecipar riscos e identificar potenciais vulnerabilidades e ameaças, garantindo a aplicação de medidas preventivas.
2. Infraestrutura resiliente
As empresas devem investir na construção de infraestruturas capazes de resistir e se recuperar de ataques cibernéticos de forma ágil, flexível e escalável. Esse tipo de sistema dispõe de múltiplas camadas de defesa, como firewalls, criptografia, autenticações e mecanismos de autorização. Assim, se uma camada for violada, restarão outras para fornecer proteção.
3. Treinamento e conscientização
De acordo com dados da IBM, 95% das violações cibernéticas são causadas por erro humano. Por isso, é fundamental desenvolver programas voltados à educação e conscientização dos colaboradores, fornecedores e clientes sobre protocolos de segurança e boas práticas para proteção de dados.
4. Cooperação entre iniciativa privada, governo e academia
A colaboração entre fornecedores de tecnologias, como cloud computing, órgãos governamentais e universidades pode levar uma estratégia de resiliência cibernética ao próximo nível. A parceria entre esses três atores contribui para a detecção de ameaças, a elaboração de estratégias de resposta e a melhoria contínua de processos e recursos.
5. Transparência e encriptação de dados
Diante de possíveis ameaças, a transparência permite a rápida detecção de atividades suspeitas, uma vez que possibilita acessar informações, como localização, pontos de acesso, sensibilidade e ciclo de vida. Já a criptografia protege os dados de acessos não autorizados, garantindo a confidencialidade.
6. Inteligência artificial
A inteligência artificial (IA) também pode atuar na defesa frente a ameaças virtuais. As aplicações baseadas em IA são capazes de analisar padrões, identificando vulnerabilidades e ativando mecanismos para mitigar os riscos e fortalecer a segurança.
7. Cadeia de abastecimento de software segura
Por fim, é importante que as organizações contem com uma cadeia de abastecimento que garanta eficiência e segurança em cada fase do ciclo de vida do software, desde o projeto até a entrega.
O cenário de ameaças cibernéticas no Brasil
O mercado global de segurança cibernética deve passar por uma evolução significativa em 2024. Segundo projeções da Gartner, os gastos mundiais em cibersegurança e gerenciamento de riscos devem crescer 14,3% em 2024, em relação ao último ano, atingindo a marca de US$ 215 bilhões.
Já o relatório Fast Facts, divulgado pela Trend Micro, revela uma tendência de aumento das ameaças cibernéticas em outubro de 2023, após um período de estabilidade. Foram contabilizados mais de 14,3 bilhões de ataques cibernéticos no referido mês. No acumulado de janeiro a outubro, foram identificadas e bloqueadas 136,65 bilhões de ameaças, o que representa 93% do total de registros do ano passado.
Nesse contexto, o Brasil tem sido um dos principais alvos do cibercrime. Em setembro e outubro, o País foi a quarta nação mais atingida por malware, com 4,6% e 4,8% dos ataques, respectivamente. O topo da lista é ocupado pelo Japão (22,7%), seguido dos Estados Unidos (16,7%) e Índia (5,4%) em terceiro lugar. No quinto lugar, está a Alemanha (4,2%).
A cibersegurança vem crescendo em relevância no Brasil, especialmente, desde a criação da a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018), em vigor desde agosto de 2021. Ao determinar que empresas e órgãos públicos adaptem seus processos de coleta, armazenamento e uso de dados pessoais, a norma legal trouxe impactos significativos nas áreas jurídica, administrativa e de segurança da informação das organizações.
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