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Quais as oportunidades e desafios para o Brasil em 2024?

Transição energética, inteligência artificial e governança corporativa estão entre os temas que devem estar no radar das lideranças.

 

Com a proposta de mapear insights e tendências para áreas de destaque no Brasil em 2024, a FIA Online abriu nessa terça-feira (20) um novo ciclo de Aulas ao Vivo. Os painelistas Helena Tenorio (diretora e economista do BNDES) e Gueitiro Genso (conselheiro, mentor, advisory e investidor) compartilharam com alunos e convidados suas análises sobre as perspectivas para o mercado de trabalho, inovação e consumo.

 

Com formato de mesa-redonda, o encontro teve a mediação de Carlos Netto (ex-chefe de gabinete do Ministério do Meio Ambiente) e Simone Monteiro (sócia-fundadora da Ânima Comunicação em Governança). A seguir, confira os principais highlights.

 

Vantagem na transição energética

 

Para iniciar, Helena destacou a necessidade de mudar a maneira como se pensa o desenvolvimento de um país na atualidade, com foco na variação do PIB. “O crescimento tem que ser cada vez mais inclusivo, sustentável e tecnológico. Não dá para pensar em padrões de desenvolvimento que impactam nossas florestas. Somos o país dentro do G20 com maior capacidade de desenvolver energia renovável e vejo essa como uma grande oportunidade para o Brasil”, afirmou.

 

Gueitiro concordou que, na perspectiva ambiental, o País apresenta as melhores condições para a transição energética e acrescentou: “Vemos um país com oportunidades para a economia de baixo carbono, com o amadurecimento de marcos regulatórios que permitem essa transição e mercados de capitais começando a funcionar. E temos algo muito positivo: um país de empreendedores digitais, um ecossistema muito desenvolvido”.

 

Para os painelistas, está claro que a transição energética é um movimento de impacto ao qual as empresas devem estar atentas. Na visão de Helena, o país deve avançar no que diz respeito à infraestrutura verde, o que inclui, por exemplo, a adoção de transportes elétricos. E nesse aspecto, nas palavras dela, “não existe milagre”, é preciso investimento.

 

Governança corporativa

 

Analisando o cenário ESG, Gueitiro avaliou que esse também é um terreno fértil, já que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. “Falamos muito do S e do E, mas o pilar básico é organizar a governança, antes do social e do ambiental. Ao investir nisso, estamos melhorando a qualidade das informações das companhias”, sustentou.

 

Sócio da Archx Capital, ele lembrou que esse é quesito fundamental para empresas que desejam acessar o mercado de capitais. “Um investidor da Faria Lima vai querer saber como está a governança. Investir em governança é ajudar as companhias para que esse tema faça parte do dia a dia”, disse.

 

Inovação e mercado de trabalho

 

Paralelamente, a transformação digital desafia o Brasil de forma diferente e exige esforço para explorar as possibilidades desse cenário. “Inteligência artificial pressupõe governança de dados. Esse é o início, se não tiver isso, pode-se criar uma inteligência que traga resultados errados ou que reproduza vieses que a sociedade quer evitar. A tecnologia precisa servir para o uso humano, precisa melhorar a nossa qualidade de vida, permitindo que a gente consiga se concentrar no que o ser humano gera valor”, observou Helena.

 

Investidor de startups, Gueitiro pontuou que as corporações na área de tecnologia vivem um dilema: “As empresas sempre atuaram a partir de marcos regulatórios. As companhias não podem esperar, elas precisam estar acompanhando os esforços de IA para que o concorrente não esteja na frente”. Da mesma forma, os profissionais precisam apostar no aprendizado constante para manter sua relevância. “Humano que não sabe usar a IA será substituído por humano que sabe usar IA. É preciso fazer as perguntas certas. O prompt é humano”, lembra.

 

Requalificação profissional

 

O fato é que o avanço da inteligência artificial vem colocando empresas e profissionais diante de uma nova era da transformação digital. De acordo com o estudo “Future of Jobs 2023, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, 23% das profissões devem sofrer mudanças até 2027. Diante disso, a força de trabalho deverá adquirir novas competências para colaborar com máquinas inteligentes.

 

“Um termo-chave é transformação digital. E não estamos falando apenas de incluir novas tecnologias na rotina, mas de pessoas mudando suas formas de fazer as coisas e aprendendo a lidar com suas barreiras. (...) As pessoas têm que estar abertas a aprender e a reaprender a trabalhar. Nesse sentido, a requalificação de profissionais será essencial”, afirmou Helena.

 

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