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Como ser um agente antirracista e promover a diversidade e inclusão no mercado de trabalho?

Entenda a importância de estratégias que fomentem a diversidade e promovam a inclusão de diferentes grupos étnicos no ambiente profissional.

 

De acordo com dados do Censo do IBGE (2022), 55,5% da população brasileira se autodeclara preta e/ou parda. Mesmo sendo maioria no país, este grupo ainda enfrenta dificuldades na busca por oportunidades nas empresas e, principalmente, em cargos de liderança.

 

Um estudo global feito pela Michael Page revelou que apenas 3 em cada 10 profissionais consideram seus trabalhos inclusivos. Outra pesquisa, feita pela to.gather, mostrou que 58,1% das companhias fizeram avanços significativos em iniciativas de inclusão.

 

Os dados reforçam uma mensagem urgente: ações afirmativas de diversidade e inclusão no mundo corporativo são extremamente necessárias para a construção de uma sociedade mais justa e prospera.

 

"Além das barreiras sigilosas: Como ser um agente antirracista e participar da inclusão" foi o tema da edição de outubro da Aula ao Vivo FIA Online, que contou com Alexandra Loras, fundadora do Instituto do Protagonismo Feminino e investidora-anjo do Shark Tank Brasil.

 

Continue a leitura e confira alguns dos principais insights desta aula.

 

Em sua apresentação, Alexandra Loras propõe um exercício: como seria o mundo se todos os atores da indústria da sociedade – personagens históricos, cantores famosos, modelos de revistas e tudo que faz referência ao sucesso – fossem representados por personas pretas? A metáfora foi utilizada para exemplificar a forma como as a população preta se sente no contexto atual.

 

A autora do livro "Vamos falar de racismo?" chamou a atenção para dois fenômenos que influenciaram e continuam influenciando o ingresso da comunidade preta no ambiente profissional: racismo estrutural e racismo institucional.

 

Racismo estrutural

É a denominação dada para o conjunto de práticas, políticas e normas que perpetuam as desigualdades raciais de forma sistêmica na sociedade. Diferente do racismo individual, ele está enraizado nas instituições e nas estruturas sociais, impactando diretamente na vida e no desenvolvimento deste grupo.

 

Racismo institucional

Refere-se a práticas, políticas e normas dentro de instituições como governos, escolas e empresas. Tais ações contribuem diretamente para a discriminação e desigualdade de tratamento que pessoas pretas recebem em relação às pessoas brancas. Pode ser manifestado em diferentes situações dentro de uma empresa: do processo seletivo até a convivência no meio corporativo.

 

Mas como contribuir para a mudança deste cenário?

"Todos somos responsáveis sobre o que vamos fazer pela sociedade para torná-la mais justa", ressaltou Alexandra. De acordo com ela, ser antirracista demanda esforço: "Uma das formas de implementar diversidade e inclusão é fazer o que chamamos de letramento social. Investir em cursos, entender dentro das horas de aula como criar estratégias para formar um time antirracista e sem preconceito nas empresas".

 

Algumas ações podem impulsionar este propósito:

 

Cultura de inclusão

Conjunto de metas e indicadores de desigualdade racial implementados diretamente na cultura organizacional com o intuito de definir metas para alcançar a igualdade no corpo de funcionários.

 

Recrutamento com foco em diversidade

Estratégias para atrair pessoas pretas e pardas para os cargos disponíveis. Consultorias, headhunters e outras instituições com foco em inclusão podem ajudar a disseminar essas vagas e encaminhá-las para o grupo desejado.

 

Programas de diversidade

Comitês com esse foco ajudam na receptividade dos colaboradores, além de contribuir para que a pauta seja amplamente discutida dentro da organização por meio de campanhas, ações e palestras.

 

Formação de lideranças

Inserção de mais colaboradores pretos e pardos em cargos de liderança. Para isso, é essencial investir na capacitação desses profissionais por meio de programas de estudos e desenvolvimento.

 

Nos minutos finais, ao ser questionada sobre acreditar em um cenário onde mais pessoas pretas ocupam posições de poder, Alexandra Loras completou: "Estamos em um mundo imperfeito, mas precisamos fazer nossa mudança. Eu acredito muito em uma sociedade mais equilibrada, mais justa e mais igualitária praticando a equidade".

 

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