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SXSW 2023: 4 destaques que valem a reflexão

Escrito por FIA ONLINE | 24 de Março de 2023

Acompanhe alguns dos principais insights do South by Southwest, um dos maiores eventos de inovação do mundo.

 

 

Virou tradição: a cada ano, as atenções de profissionais dos mais diversos setores da economia e de diferentes países voltam-se para Austin, no Texas, Estados Unidos. A cidade é palco de um dos principais eventos de inovação, tecnologia e negócios do mundo, o South by Southwest (SXSW).

 

Em 2023, não foi diferente. Entre os dias 10 e 19 de março, centenas de pessoas e empresas apresentaram soluções, novidades e apostas que devem movimentar o mercado nos próximos anos.

 

E o Brasil destacou-se como o país mais presente desta edição, representado por mais de 2 mil participantes.

 

O evento é reconhecido por jogar luz sobre ideias e tendências inovadoras. Por isso, selecionamos 4 destaques que você precisa acompanhar.

 

A internet que você conhecia acabou

 

Uma das palestrantes mais esperadas, a futurista, fundadora e CEO do Future Today Institute, Amy Webb, não decepcionou.

 

Com o lançamento do relatório Tech Trends Report, que reúne mais de 660 tendências para este ano, ela, definitivamente, conseguiu tirar os participantes da zona de conforto.

 

Uma das provocações trazidas por ela para pensar o futuro pode ser resumida em uma frase: a internet como a conhecemos acabou.

 

Segundo Amy, a partir de agora, passamos a fazer parte de uma mudança brutal, na qual em vez de buscarmos informações na internet, será ela que buscará dados e informações nas pessoas.

 

Esse processo é o que Amy chama de AISMOSE. O conceito foi criado pela futurista para definir a revolução provocada pela inteligência artificial generativa, que precisa de dados para aprender.

 

Em tempos de hiperconectividade, temos em casa um número cada vez maior de aparelhos conectados à internet. O que você faz, o que você fala, o que você ouve... Tudo isso pode ser transformado em dados para alimentar a AI generativa.

 

Quer um exemplo? O Google está desenvolvendo uma tecnologia que mapeia o odor de uma sala, do seu corpo, de um animal de estimação. Espera-se que dados como esses possam determinar quais os locais frequentados e, até mesmo, identificar mudanças de estado emocional.

 

Diante disso, Amy identifica dois futuros possíveis.

 

No primeiro deles, com a AISMOSE, todo dado legível por algoritmos passa a ser usado a favor das pessoas, o que significaria um enorme salto em termos de qualidade de vida.

 

Já o segundo não é tão positivo. A IA generativa seria utilizada em favor do capitalismo, capturando todo e qualquer dado para perseguir pessoas e seus hábitos, e, assim, lucrar mais.

 

E mais: a busca por produtividade e a adoção de ferramentas baseadas em IA generativa, como o ChatGPT, podem condenar o ser humano a nunca mais pensar sozinho.

 

Sob o risco da intimidade artificial

 

A psicoterapeuta e autora best-seller do New York Times, Esther Perel também provocou boas reflexões ao público. Em sua apresentação, argumentou que a mediação de plataformas digitais está nos conduzindo a uma intimidade artificial.

 

Na análise da palestrante, o universo das redes sociais, com suas imagens cuidadosamente selecionadas e tratadas, estimula o sentimento de comparação e está conduzindo a humanidade à solidão com hiperconectividade. Ou seja, as pessoas estão desaprendendo a se relacionar.

 

Esther destacou que, ao solucionar problemas, a tecnologia também evita falhas, desconfortos e riscos. E esses são elementos essenciais na construção da identidade de cada um.

 

Além disso, sempre que as telas “roubam” a atenção de outras pessoas, elas impedem o ser humano de conhecê-las e construir novos vínculos.

 

Segundo a psicoterapeuta, é preciso retomar a linguagem da intimidade, aquela que aprendemos ainda bebês: toque, cheiro, som, gosto e contato visual.

 

A crise climática na agenda corporativa

 

CEO da Patagonia - marca de vestuário para esportes ao ar livre -, Ryan Gellert chamou a atenção de lideranças corporativas ao afirmar que as empresas criaram a crise climática e, por isso, devem se responsabilizar na busca por soluções.

 

Com quase cinco décadas de história, sua empresa ganhou notoriedade por trazer questões ambientais para o centro da tomada de importantes decisões.

 

Em 2022, o proprietário, Yvon Chouinard, anunciou que, junto com esposa e filhos, doaria a companhia a uma organização sem fins lucrativos, focada em combater as mudanças climáticas.

 

Com 70 lojas e receita estimada em US$ 1,5 bilhão ao ano, é claro que a decisão causou furor no mundo dos negócios.

 

Embora atuante em um dos setores mais poluentes do mundo, o da moda, a empresa busca se responsabilizar por todo o impacto criado na sua cadeia, e tenta diminuir as emissões de gases em cada elo.

 

E não foi apenas Ryan Gellert que abordou o tema no SXSW 2023. Líderes de indústrias alimentícias como Ben & Jerry’s, fundos de investimento e bancos também enfatizaram que a preocupação com o clima e com o aquecimento global precisa entrar na pauta estratégica das empresas.

 

A retomada da privacidade de dados

 

Por muito tempo, compartilharmos dados sem nem mesmo perceber, através de rastros digitais. Mas como fica a privacidade de dados quando nos aproximamos da nova fase da internet, a web3?

 

A brasileira Yasodara Cordova, pesquisadora da Unico e especialista em temáticas como privacidade e segurança no universo digital, ocupou um dos palcos do evento para falar sobre o tema.

 

Para ela, sempre que a coleta de dados é feita sem que o usuário tenha possibilidade de escolha, é como se direitos e possibilidades fossem roubados.

 

Ao lado do norte-americano Harry Halpin, cofundador e CEO da startup Nym Technologies, ela mostrou que é preciso refletir mais a respeito de identidade digital, seu uso e regulamentações para resguardar dados da população.

 

Diante dos esforços por dar à população acesso a serviços digitais e internet, Yasodara lembra que o debate sobre privacidade sempre teve pouco destaque.

 

Mas esse cenário está mudando, com a população cada vez mais consciente de que é preciso proteger suas informações. Para a pesquisadora, estamos entrando no momento de maior soberania dos cidadãos sobre seus dados.

 

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