7 tendências e highlights em negócios para ficar de olho em 2023
Início de ano é época de colocar em prática um novo planejamento estratégico. Mas, antes, é importante se atualizar sobre as principais apostas e tendências que 2023 nos reserva.
A aceleração da transformação digital vem abrindo novas frentes de negócios e transformando ideias e comportamentos dos consumidores e trabalhadores, aos quais toda organização deveria estar atenta.
Por isso, reunimos alguns destaques com forte potencial para impactar o mundo dos negócios, tecnologia e a atuação de suas lideranças. A seleção a seguir tem como base pesquisas realizadas por consultorias como Accenture, Gartner e outras, além da rede social LinkedIn.
Conheça 7 tendências para os negócios em 2023
1. A ameaça cibernética em um novo nível
Um estudo da Kaspersky aponta que, a cada dia, cerca de 4 mil ataques ransomware são registrados na América Latina. Essa modalidade de ameaça cibernética é conhecida pelo sequestro de arquivos e redes de computadores, que só são devolvidos após pagamento de dinheiro.
Especialistas projetam que esse tipo de ataque pode assumir uma dimensão ainda maior em 2023. Em alguns países, gangues de ransomware já manifestaram seu apoio a governos, colocando seu poder a serviço do Estado para atacar a inteligência de outras nações.
Um ataque desse tipo pode desestabilizar a economia de um país ao roubar segredos públicos e corporativos, interromper o fornecimento de recursos energéticos e, até mesmo, comprometer a segurança nacional.
2. Open Finance no Brasil
2023 é o ano em que o Open Finance entrará em sua fase final de implantação no Brasil, com estimativas de impactar mais de 182 milhões de clientes do setor financeiro.
O Open Finance é o nome utilizado para definir um ambiente de compartilhamento de dados, produtos e serviços entre instituições financeiras e clientes. No País, ações nesse sentido começaram a ser desenvolvidas pelo Banco Central em fevereiro de 2021.
O objetivo é estimular a inovação e a competitividade no setor. Com isso, espera-se um ganho significativo em eficiência no que diz respeito a crédito, pagamentos, investimentos e seguros, com empresas focando na melhoria do produto a fim de fidelizar consumidores.
Às empresas, vale observar os desafios que acompanham esse movimento, como segurança, tratamento de dados e respeito às leis vigentes.
3. The Great Reshuffle e uma nova visão sobre trabalho
Os últimos anos foram cruciais para que muitos profissionais consolidassem uma nova visão sobre o trabalho. Se a ideia de conectar propósito e profissão antes mantinha-se restrita a um pequeno grupo de pessoas, a experiência vivida na pandemia contribuiu para que muitos trabalhadores ressignificassem sua relação com o trabalho.
Após A Grande Demissão ou The Great Resignation, em que muitos decidiram deixar seus empregos mesmo sem outra oportunidade em vista, um novo movimento ganha força. Chamado de The Great Reshuffe, pode ser traduzido como A Grande Reorganização.
A fim de garantir o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, muitas pessoas estão trocando seus empregos por melhores salários e benefícios, flexibilidade de horários, modelo híbrido ou remoto, entre outros. Assim, exigem que as empresas se adequem a essa realidade, reorganizando pacotes de remuneração, processos e cultura.
4. Inteligência artificial em alta
Duas ferramentas que ganharam destaque nas últimas semanas de 2022 indicam que o uso de inteligência artificial seguirá sua curva de crescimento neste ano. Estamos falando do aplicativo Lensa, que se popularizou por meio das redes sociais por transformar fotos pessoais em avatares, e do ChatGPT, um sistema que simula diálogos humanos.
A exemplo desses casos, as previsões apontam que a inteligência artificial deve conquistar ainda mais espaço em 2023, especialmente em funções massificadas. Pesquisas divulgadas pela Deloitte relatam que, pelo menos, 26 países já contam com estratégias nacionais para promover o crescimento e capitalizar com essa tecnologia.
Já no Brasil, um estudo da consultoria FrontierView, realizado a pedido da Microsoft, projeta que a IA pode ser responsável por um incremento de 4,2% no PIB até 2030.
5. A popularização do low-code e a escassez de talentos em tecnologia
Um dos principais desafios do mercado de tecnologia é a escassez de talentos. Atualmente, o Brasil forma cerca de 53 mil profissionais ao ano, o que é insuficiente para suprir a demanda de preenchimento de vagas.
Dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) sugerem que o país precisará de, aproximadamente, 800 mil profissionais especializados em TI até 2025.
Para lidar com a lacuna por mão-de-obra, muitas empresas estão apostando em plataformas low-code. Isso significa que são desenvolvidas a partir de uma interface gráfica que possibilita construir sites, automatizar processos e implementar novas funcionalidades, sem exigir que o usuário tenha conhecimento em programação.
Microsoft Power Apps, Google App Maker, AWS Honeycode, Oracle Apex e Totvs Fluig são exemplos de serviços low-code. O instituto de pesquisas Research and Markets estima que essas plataformas podem valer US$ 190 milhões até 2023. Já a Gartner projeta que, até 2024, o low-code será responsável pelo desenvolvimento de mais de 65% dos aplicativos no mundo.
6. Moeda Digital brasileira deve avançar
A consultoria Accenture estima que moedas virtuais de bancos centrais devem impactar o negócio de instituições financeiras de duas formas. A primeira refere-se à possibilidade de a autoridade monetária passar a oferecer gratuitamente serviços hoje prestados pelas instituições. A segunda está relacionada ao crescimento do mercado a partir da criação de novas soluções.
2023 deve ser o ano em que o Real Digital, a moeda virtual do Banco Central, se tornará realidade. A novidade deve facilitar e baratear a criação de contratos de empréstimos personalizados, para poucos dias ou pagamentos em meses específicos. Além disso, a integração com sistemas de pagamento internacionais deve permitir a conversão imediata ao realizar compras em outro país.
7. A era da liderança vulnerável
Tudo indica que a figura do líder herói - aquele que não erra, que acumula atividades e tem todas as respostas – ficou para trás. Cada vez mais empresas entendem o papel das lideranças na construção da cultura corporativa e de ambientes de trabalho saudáveis para a produtividades dos funcionários.
A criação de espaços que estimulam a colaboração e a busca por novas soluções requer relações de confiança. Nesse cenário, conquistam destaque nas organizações lideranças capazes de criar conexões, assumir riscos e incertezas e expor suas limitações com humildade.
Diferentemente do líder herói, a liderança vulnerável entende o erro como parte do processo, incentiva a cultura de experimentação e abertura à inovação, e reconhece lacunas e busca desenvolvimento.
Além disso, pesquisas indicam que gestores que demonstram vulnerabilidade são capazes de construir relações genuínas, que motivam as pessoas ao seu redor a se dedicarem mais ao trabalho. O poder de compartilhar vulnerabilidades deve ficar ainda mais evidente em 2023.
Tem alguma tendência ou aposta que você acredita que deveria estar aqui? Então, deixe um comentário neste artigo e nos conte o porquê. Sua sugestão pode nos ajudar a produzir um conteúdo ainda mais completo.