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Paula Harraca reflete sobre os desafios do ESG para empresas e pessoas

Escrito por FIA ONLINE | 11 de Novembro de 2022

 

Diretora de Futuro da ArcelorMittal, Paula Harraca foi a convidada da Aula ao Vivo FIA Online do mês de novembro.

 

No encontro para alunos e convidados, a executiva, que está redesenhando a inovação na indústria do aço e mineração da América Latina, compartilhou suas percepções sobre os desafios do ESG para empresas e pessoas.

 

Com 18 anos de experiência, Paula atuou na Argentina, Trinidad e Tobago, Canadá, Espanha e Luxemburgo antes de chegar no Brasil. Hoje, tem como propósito de vida inspirar empresas a acreditarem no potencial humano e adotarem uma estratégia centrada nas pessoas para, assim, cocriarem um futuro melhor.

 

Formada em Ciências Empresariais pela Universidad Austral, na Argentina, Paula possui master em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento, formação em coach executiva e organizacional. Empreendedora desde os 17 anos, considera-se uma eterna aprendiz. De trainee, tornou-se a primeira mulher no C-level da ArcelorMittal. Atualmente, também atua como speaker e conselheira.

 

Confira, a seguir, alguns insights da aula.

 

É preciso estar atento às mudanças

Em sua apresentação, Paula lembrou que ESG não é propriamente uma novidade. E, para compreender por que o tema está em alta, é necessário entender para onde o mundo caminha, bem como as principais transformações em curso.

 

“A busca por tentar adivinhar como será o amanhã tem sido um questionamento vivo ao longo de toda a humanidade. Mas por que se fala tanto em ESG? O mundo está mudando muito rápido. Empresas nascem e morrem a cada dia, e morrem não por fazerem coisas erradas, mas por fazerem coisas que deixam de ser relevantes para o público”, enfatizou.

 

O relatório The Global Risk Report 2022 mapeou as 10 principais ameaças que o mundo não pode ignorar. Dentre elas, cinco referem-se a pautas conectadas ao meio ambiente. São elas: fracasso das ações climáticas, perda da biodiversidade, clima extremo, crise de recursos naturais e danos humanos ao meio ambiente.

 

Bem-vindo à sociedade 5.0

Na análise de Paula, o contexto atual indica que não precisamos salvar o planeta, mas precisamos mudar a relação com o planeta para salvar a nós mesmos. Cada vez mais consciente sobre essa realidade, os stakeholders esperam que as empresas se posicionem de forma ativa nesse contexto.

 

A 22ª edição do estudo Edelman Trust Barometer, que avalia os índices de confiança e credibilidade das instituições, aponta que, cada vez mais, os públicos acreditam que as empresas têm capacidade e responsabilidade de promover mudanças.

 

A executiva destacou, ainda, que a consolidação da indústria 4.0 contribui para o avanço de empresas e pessoas. Para ela, na medida que máquinas são aperfeiçoadas para realizar tarefas repetitivas, é importante que os seres humanos busquem se tornar mais criativos e inovadores.

 

Enquanto a indústria 4.0 está centrada em fábricas, hospitais e shoppings, a sociedade 5.0 coloca o ser humano no centro da inovação e da transformação tecnológica. Paralelamente, o chamado mundo BANI demanda novas competências, novas formas de consumo e de trabalho, além de novos valores.

 

“O mundo BANI nos exige um novo mindset, cada vez mais convergente, onde precisamos criar juntos, participar juntos, trabalhar juntos. Então, ESG é uma agenda coletiva. E esse olhar precisa ser realmente abrangente.”

 

A relação entre ESG e perenidade

Segundo Paula, frente a tantas transformações, as organizações future ready – aquelas que estão se adaptando às inovações do mercado – apostam no E-ESG. Ou seja, entendem que não há como dissociar a agenda ESG da questão econômica, uma vez que o lucro precisa vir acompanhado da perenidade dos negócios e da sociedade.

 

“Eu gosto desse entendimento de que ESG não é caridade, não é branding. É sobrevivência, é sustentação. ESG nos convida a pensarmos que as organizações não podem mais querer ser as melhores do mundo, elas precisam ser melhores para o mundo. E as melhores para o mundo serão as melhores do mundo. Isso é consequência”, sustenta.

 

A sustentabilidade, conforme a executiva, é qualidade intrínseca ao negócio. Dessa forma, as causas aderidas por uma organização convergem com o mesmo objetivo. “Negócios e organizações com propósito podem transformar o mundo. Para mim, os futuros serão cada vez mais high tech, high touch. Trabalho para que os futuros sejam mais plurais, mais justos, mais prósperos e mais inclusivos.”

 

As aulas ao vivo são uma oportunidade para a comunidade FIA Online conectar-se com as vivências, ideias e visão de mercado de grandes especialistas. A cada mês, um encontro proporciona uma experiência única de networking e aprendizagem.