Bicampeã olímpica, a técnica da seleção brasileira de futebol feminino abriu a programação de aulas ao vivo da FIA Online para 2023.
Técnica da Seleção Brasileira de Futebol feminino desde 2019 e reconhecida por seu trabalho junto às seleções norte-americana e sueca, Pia Sundhage foi a convidada da FIA Online para abrir a programação de aulas ao vivo em 2023.
Bicampeã olímpica, a treinadora é considerada referência no comando e relacionamento com atletas de alto desempenho. Neste encontro, dedicado a alunos e convidados, ela compartilhou episódios de sua trajetória e insights de liderança, motivação e trabalho em equipe.
Confira, nas palavras de Pia Sundhage, algumas de suas lições e aprendizados.
Sou uma pessoa feliz e também séria. Eu gosto de rir. Por que sou uma treinadora? Porque eu disse sim. Eu quero muito fazer parte do futebol, pois é algo que aprecio. Tenho tanta paixão pelo jogo, que eu ouso ficar aqui e dizer sim.
Tantas mulheres no futebol encontram obstáculos. Eu decidi fazer o meu melhor, é importante ter o mindset ‘eu vou tentar’.
Quando deixei a Suécia, existia uma razão para isso: se buscava uma mudança. A razão pela qual estive em todos esses lugares é que os países queriam ter uma chance comigo. Eu sou uma pessoa da Suécia que disse sim.
Quando cheguei ao Brasil, eu queria que elas (as jogadoras) me seguissem. E o que eu faria para contagiá-las? Eu deveria dizer alguma coisa inteligente? Deveria ser elegante? Não, eu vou ser eu mesma.
Precisamos encontrar formas de contagiar e motivar o grupo para que ele siga em frente. Eu comecei a cantar. (...) Grit (em português, garra) é algo que a equipe brasileira precisa. Vemos muita emoção nos brasileiros e lidei com isso com organização e coragem.
Nós criamos um lema: sem momento para pipoca. Enquanto uma de nós tem a bola, todas são atacantes. Só vamos ter o ‘momento pipoca’ quando estivermos em casa, fora de campo.
(...) É necessário criar o ambiente de união e trazer a melhor performance uma na outra.
Eu sei o que preciso. Eu preciso de uma equipe, um time. Eu preciso de homens e mulheres, de pessoas jovens e velhas, de diferentes culturas. De pessoas olhando de ângulos diferentes.
É fácil dizer ‘é difícil’, mas se eu encontrar as pessoas certas, então teremos uma ótima equipe.
Na análise, observamos o que está bom e o que está ruim. No coaching, trabalhamos com as jogadoras. E não falamos tudo a elas, algumas precisam saber mais ou menos, dependendo de quem são.
(...) Nós queremos mover jogadoras, emocionar, mudar e todas fazem isso de forma diferente. Por isso, é tão importante ser diferente. Então, eu tento trabalhar com pessoas que não sejam como eu.
Todas as pessoas querem feedback. Se você quiser ajudar alguém, é muito importante que você a encontre onde ela está. Caso contrário, você estará só se exibindo. (...) Eu olho repetidamente para isso: eu faço um bom trabalho para ajudar alguém a crescer e melhorar?
(...) Receber feedback, às vezes, é desconfortável. Às vezes, você recua. Mas estejam confortáveis em estar desconfortáveis. É ok cometer um erro, é ok experimentar coisas novas e isso levar a um erro.
(...) Quando falo da confiança e da crítica, eu tento apresentar sete pontos positivos. Seu cruzamento está muito bom, sua cabeçada está boa... tenho isso vencido. É a forma que eu tento encontrar a jogadora e conquistar um pouco de respeito e confiança. Então, o feedback, na verdade, é um espelho.
Quando nós vamos para uma Copa do Mundo, nos preparamos para o sucesso. E não apenas do resultado, mas do desempenho. Então, temos que analisar o que a gente precisa para fazer isso acontecer com frequência, ser específico e observar os papéis diferentes.
(...) Você não pode controlar o resultado, mas pode controlar o desempenho.
Quando você olha o Twitter, tem tantas opiniões no momento. E se eu quiser ser uma boa treinadora, eu preciso buscar ajuda e acreditar em algo a longo prazo.
Como disse à Seleção Brasileira, vai ser muito difícil, mas a gente vai avançar e a treinadora depois de mim provavelmente vai ganhar. Eu comecei a jornada e é assim que vou sobreviver.
Assim como no último ano, em 2023, especialistas em diferentes áreas irão compartilhar suas experiências e visão de mercado em lives de grande impacto para agregar ainda mais à sua carreira em nossas Aulas ao Vivo.
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