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Para Tania Cosentino, inteligência artificial vem empoderar humanos

Escrito por FIA ONLINE | 30 de Junho de 2023

Presidente da Microsoft Brasil analisou impactos da inteligência artificial na sociedade em aula especial para a FIA Online.

 

 

 

Desde o lançamento do ChatGPT ao fim de 2022, as discussões sobre o uso da inteligência artificial (IA) se intensificaram, assim como a polarização sobre o tema. Desde então, a ferramenta passou a ser utilizada em diversos setores, inclusive no ambiente corporativo. Mas como preparar as pessoas para um mundo em constante transformação?

 

Recentemente, o impacto da inteligência artificial em todas as esferas da sociedade foi abordado por Tania Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, em uma aula ao vivo especial para alunos e convidados da FIA Online.

 

Em parceria com a OpenIA, a gigante de tecnologia foi responsável por treinar o algoritmo do ChatGPT. Em linha com a missão da Microsoft, de ajudar pessoas e organizações a conquistarem mais, a executiva esclareceu: “A inteligência artificial não é para substituir humanos, mas para empoderá-los”.

 

Antes de se opor a IA, desenvolva pensamento crítico

 

No dia a dia, é possível usar a IA generativa para criação de slides de apresentação, exemplo. No caso de um compromisso que o impeça de participar de uma reunião, a ferramenta pode acompanhar a agenda, gravar, transcrever, listar as tarefas atribuídas a você. Indo mais a fundo, a ferramenta pode escrever uma petição, otimizando as tarefas de um advogado.

 

No setor de Educação, a popularização da IA generativa vem dividindo opiniões. Sobre esse aspecto, Tania traz uma visão otimista. “Em uma sala de aula, é impossível ter um tutor por aluno. Mas a IA pode ser esse tutor”, afirma ao pontuar que a tecnologia pode auxiliar nesse contexto com tarefas, permitindo ao tutor dedicar mais tempo de qualidade ao aluno.

 

O letramento digital, na visão da executiva, é fundamental, especialmente quando se trata de garantir a empregabilidade. "É preciso usar a tecnologia para ensinar as pessoas a pensar e olhar a ferramenta não como uma ameaça”, enfatiza.

 

Segundo Tania, criatividade e análise crítica são duas habilidades essenciais não para o futuro, mas para o presente do trabalho. Dessa forma, apresentar a tecnologia aos jovens de forma lúdica pode ser uma alternativa para reduzir a pressão sobre o tema.

 

Frente a episódios em que escolas proibiram o ChatGPT, a presidente da Microsoft lembra que a exposição a ferramentas que, em breve, farão parte da sua vida profissional pode ajudar os jovens a saírem das escolas mais preparados para o mercado de trabalho.

 

Atualmente, a área de tecnologia sofre com a falta de profissionais qualificados. A Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) estima que, até 2025, exista um déficit de 530 mil talentos de TI.

 

“Haverá a disrupção do mercado e de postos de trabalho. Sim, a tecnologia vai eliminar milhões de postos de trabalho no mundo, mas, ao mesmo tempo, deve criar outros 200 milhões com skills completamente diferentes.”

 

Nos negócios, atenção à cibersegurança

 

Ainda que o termo tenha se popularizado nos últimos anos, o surgimento da IA remonta aos anos 1950, como o campo da ciência da computação que busca criar máquinas inteligentes capazes de replicar a inteligência humana.

 

Em sua apresentação, Tania mostrou como, ao longo do tempo, essa ciência foi evoluindo a partir da incorporação de modelos estatísticos e matemáticos. Nos anos 1980, pesquisadores passaram a abordar o machine learning, um subconjunto de IA que permite que as máquinas aprendam com dados existentes e auxilia na tomada de decisão e previsões.

 

Na década de 1990, um novo modelo chamado deep learning entra em cena, baseado na adição de camadas de redes neurais que simulam a forma humana de pensar. Já a IA generativa começa a se consolidar a partir de 2017 como uma técnica de aprendizado de máquina para criação de novos conteúdos escritos, visuais e auditivos a partir de prompts ou dados existentes.

 

“O diferencial da IA generativa é que ela consegue criar. Como ela faz isso? Respondendo ao input, que é o prompt, em linguagem natural. Para se ter uma ideia, a versão inicial do ChatGPT foi criada com 117 milhões de parâmetros. O ChatGPT-2 tinha 2 bilhões de parâmetros. O ChatGPT-3, 175 bilhões de parâmetros. Já o chatGPT-4 ainda não é revelado.”

 

Ao aplicar sistemas como esse aos negócios, Tania alerta que é importante considerar questões como a cibersegurança, hoje considerada a maior ameaça às empresas. “Essa é mais uma zona de vulnerabilidade que a gente insere dentro da organização. É preciso colocar barreiras, nossos usuários devem ser treinados para não cair em fraudes.”

 

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