Em um cenário de mudanças cada vez mais constantes e bruscas, o processo de tomada de decisão torna-se ainda mais desafiador.
Para profissionais em posição de liderança, a dificuldade em lidar com as transformações e a sensação de incerteza podem render prejuízos significativos, tanto no âmbito pessoal quanto dos negócios.
Diante disso, vem ganhando importância como competência para o profissional do século XXI o conceito de futures literacy, em tradução livre, alfabetização para futuros. Em resumo, trata-se da habilidade de imaginar cenários futuros.
O conceito foi criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que o definiu como uma habilidade universal e acessível, que pode ser aprendida e aprimorada.
O tema também recebeu destaque ao ser abordado pelo Fórum Mundial Econômico, na edição de 2021, como uma das habilidades essenciais para o líder no mundo pós-pandemia.
E o uso do termo “alfabetização” não foi ao acaso. A escolha se deu porque a organização entende que essa é uma habilidade que deve estar ao alcance de todos, assim como a escrita e a leitura.
A ideia, portanto, é democratizar a origem dos cenários futuros, possibilitando que mais pessoas expandam a imaginação para novos horizontes.
Futures literacy permite compreender melhor o futuro e aumenta a capacidade de se preparar, recuperar-se ou se reinventar em meio às mudanças. Ou seja, torna as pessoas mais hábeis para explorar as possibilidades do futuro.
Para quem trabalha com a projeção de cenários e com ações que buscam preparar a organização para o futuro, é preciso entender que futures literacy não consiste apenas em refletir sobre tendências.
É necessário, principalmente, desconectar-se da influência do presente para antecipar cenários que vão além do provável ou do desejável. Somente assim, conseguimos explorar ao máximo essa habilidade.
Para os líderes, a alfabetização para futuros propõe, ainda, uma mudança em relação aos modelos do passado, que restringiam à alta gestão a possibilidade de debater e criar estratégias para o futuro.
Na análise do pesquisador Riel Miller, quanto mais pessoas estiverem preparadas para compreender e imaginar o futuro, haverá menos motivos para temer e mais oportunidades para explorar.
Criar futuros imagináveis faz com que você enxergue a incerteza como um recurso, parte do contexto, e não como algo alheio, um risco ao planejamento.
Dessa forma, profissionais e organizações se tornam mais eficazes ao lidar com mudanças e improvisos.
Desde 2012, a Unesco desenvolve pesquisas sobre futures literacy, através do seu laboratório global de ideias. Conheça a seguir algumas características e benefícios que a alfabetização para futuros promove:
Inovação - torna mais fácil inovar e aproveitar as vantagens da inovação;
Descoberta - detectar e entender os choques e surpresas da novidade;
Escolha – facilita a construção de alternativas diversificadas;
Liderança - difunde a iniciativa e a experimentação por toda a comunidade;
Estratégia - torna mais fácil enxergar alternativas estratégicas genuinamente distintas;
Agilidade - aumenta a velocidade com que as mudanças são percebidas e as escolhas são feitas;
Confiança - torna a mudança mais fácil, ao gerar compreensão sobre ela;
Potência - incentiva a exploração e a invenção, de forma a tirar proveito da incerteza e da complexidade;
Conhecimento - abrange várias maneiras de conhecer o mundo ao nosso redor, incluindo emoções e especificidades contextuais;
Resiliência - torna mais fácil adotar abordagens de diversificação tanto para risco quanto para incerteza.
O mundo dos negócios e da inovação precisa de profissionais com ampla capacidade para análise de cenários futuros e tomada de decisões estratégicas. Prepare-se para liderar negociações complexas e equipes de alto desempenho com a FIA Online.
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