Cortes de pessoal em grandes empresas estimularam debates e polêmicas sobre a demissão humanizada. Saiba como tornar esse processo mais empático e menos doloroso.
Demissões em massa e relatos de ex-funcionários nas mídias digitais levantaram discussões sobre a forma como as organizações vêm conduzindo seus processos de desligamento. E não é para menos... De acordo com o estudo Employee Experience 2022, desenvolvido pelo Great Place To Work, 72,2% das empresas não treinam ou capacitam suas lideranças sobre demissão.
Amazon, Microsoft, Twitter e Alphabet - proprietária do Google - estão entre as big techs que promoveram cortes de colaboradores neste ano. Ao todo, estima-se que o número de profissionais atingidos ultrapasse a marca de 60 mil. Entre os pontos mais questionados, estão a falta de cuidado no momento de dispensar os funcionários e a ausência de um plano estruturado de offboarding.
Não foram poucos os que souberam de suas demissões por e-mail ou as deduziram diante da perda de acessos corporativos. Para evitar situações como essas, de um lado, há os que defendem que empresas adotem a chamada demissão humanizada. De outro, alguns especialistas e profissionais questionam a existência desse conceito.
O uso da expressão demissão humanizada surgiu na década de 1960, como derivada do termo outplacement. Refere-se a uma estratégia empresarial que busca auxiliar gestores e companhias a conduzirem demissões de forma a amenizar seus efeitos negativos.
Contar com um processo de offboarding estruturado traz benefícios não só para os colaboradores, ao reduzir os riscos ao bem-estar físico, mental e financeiro. Também pode reduzir os impactos de uma demissão em massa ou um lay-off sobre a reputação da empresa junto ao mercado e aos funcionários que permanecem vinculados a ela.
Mas muitas pessoas questionam se uma demissão humanizada é possível. Isso porque um desligamento de um emprego sempre será um processo doloroso. Afinal, o profissional dispensado inicia ali um período de incertezas, restrições financeiras, perda de suportes em saúde e outros benefícios antes oferecidos pela empresa.
No entanto, existem medidas que podem ser tomadas para garantir um processo de demissão mais respeitoso e digno, e reduzir os impactos negativos nas pessoas desligadas.
Muitas companhias organizam uma série de ações em seus processos de onboarding, mas pecam ao realizar o offboarding. É importante garantir que a fase de desligamento seja tão respeitosa quanto a contratação. Por isso, detalhamos a seguir alguns passos para conduzir desligamentos mais humanizados.
Diante da instabilidade econômica, notícias sobre demissões em massa ou lay-offs tornaram-se mais frequentes, ocorrendo principalmente em empresas de tecnologia. Em cenários como esses, preparar o porta-voz da organização é fundamental para tornar os processos mais respeitosos.
Nos casos em que um grande número de pessoas é desligada, o porta-voz escolhido pela organização pode ser o responsável por transmitir a notícia com clareza, objetividade e respeito, em conversas ao vivo, online ou presenciais.
O desligamento de um colaborador deve ser planejado e conduzido com empatia e respeito pela liderança imediata. Antes de comunicá-lo, coloque-se no lugar da pessoa desligada. Busque ambientes privados, datas ou dias da semana mais adequados e considere de que forma você pode preservar a integridade psicológica daquele que será desligado.
Priorize a transparência e deixe claro os motivos que levaram à decisão de demitir. É possível que a pessoa tenha reações emocionalmente negativas diante das consequências de uma demissão. Por isso, dê ao colaborador o tempo necessário para digerir a informação e esteja disposto a escutá-lo.
Também é aconselhável que o RH realize uma conversa para esclarecer os próximos passos do processo de desligamento.
Oferecer assistência ao profissional também é uma prática adotada por empresas que buscam um desligamento mais humanizado. São alguns exemplos a extensão do auxílio saúde após o rompimento do vínculo empregatício, o apoio para recolocação no mercado e a contratação de consultorias.
Permitir que o profissional ou seus dependentes utilizem o plano de saúde por alguns meses após o término do contrato possibilita que se feche ciclos de tratamento, enquanto realiza uma reorganização financeira.
Mesmo os colaboradores que permanecem na empresa também podem ter sua saúde mental e produtividade impactados em episódios de demissões. Nesse sentido, uma comunicação efetiva é fundamental para que compreendam os motivos da decisão - sem expor questões pessoais, é claro – e o momento da companhia.
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