Entenda por que as empresas disputam CFOs, conheça o mercado para os profissionais no Brasil e saiba o que é preciso para se tornar um.
Por muito tempo, as responsabilidades de um chief financial officer (CFO) concentraram-se em controlar números e contas de uma empresa. No entanto, acompanhando os avanços tecnológicos, o papel desse profissional evoluiu significativamente, tornando-o um parceiro estratégico para o negócio.
Os CFOs, ou diretores financeiros, vêm assumindo um papel de liderança nas organizações, impactando também outras áreas do negócio além das finanças. Cada vez mais, esse profissional demonstra domínio de competências necessárias à sucessão para o cargo de CEO, como definição de estratégias, liderança de equipe e relacionamento e influência.
Recentemente, um estudo da Russel Reynolds, consultoria de head hunting, apontou que os CFOs estão entre os profissionais mais disputados do mercado. No primeiro semestre de 2022, apenas 51 entre as 500 empresas que compõem o índice S&P 500 nos Estados Unidos nomearam novos executivos de finanças.
Dentre os nomeados, cerca de 79% ocuparam o cargo pela primeira vez, sendo que a maior parte foi promovida pela empresa em que já atuava.
No Brasil, a dificuldade para encontrar lideranças na área de finanças começa ainda no nível de gerência e estende-se ao C-level. Em geral, o cenário é semelhante ao que ocorre em empresas norte-americanas, conforme a pesquisa.
No mercado nacional, o aumento nos números de assessores de investimentos independentes e a adoção do modelo de trabalho remoto são fatores que tornam a disputa por diretores financeiros ainda mais acirrada. Isso porque as empresas brasileiras precisam concorrer com companhias internacionais para atrair talentos.
Em contrapartida, há oportunidades surgindo em território nacional em empresas de base tecnológica como startups e também a partir de investimentos em fundos de private equity, infraestrutura e real estate.
Além disso, em meio à escassez de profissionais qualificados e ao aumento de aposentadorias no segmento, as fintechs tornaram-se grandes competidoras por CFOs.
Existe uma série de habilidades que um profissional deve dominar para construir uma carreira como CFO. A seguir, detalhamos algumas delas:
CFOs devem ser hábeis em identificar possíveis riscos. Na tomada de decisão, ter visão é essencial para reduzir o impacto de uma crise ou, até mesmo, para evitá-la através do gerenciamento de riscos.
Como dito anteriormente, a atuação do CFO não se restringe mais à área financeira. Atualmente, o diretor financeiro precisa colaborar com diferentes áreas e pessoas.
Em geral, profissionais de finanças são capazes de realizar análises avançadas de dados para orientar a tomada de decisão nos negócios. Agora, mais do que nunca, eles devem aliar a capacidade analítica ao uso de tecnologias para favorecer a lucratividade.
Para ser um CFO bem-sucedido, liderança é uma habilidade essencial. Além de participar ativamente na formação de equipes e recrutamento, o chief financial officer deve estar preparado para assumir a liderança do C-Suite, apoiando o CEO e outros membros do conselho em suas decisões.
Entre as soft skills, o diretor financeiro precisar dominar a habilidade de comunicar com diferentes públicos, de membros do conselho, acionistas e investidores até funcionários, clientes e fornecedores.
Os CFOs devem estar preparados para navegar por territórios imprevisíveis. Portanto, adaptabilidade é importante, tanto para adequar-se às novas tecnologias como para atualizar estratégias e planos diante das mudanças cada vez mais rápidas.
Planejamento financeiro, gerenciamento, análise de lucratividade, entre outras competências, combinadas à aplicação de tecnologias, seguem sendo vitais para quem deseja chegar à posição de CFO.
O uso de sistemas de Business Intelligence (BI) pode apoiar os CFOs em diversos processos, desde o planejamento e análise, a relatórios de operações, balanços, gestão de receitas e análise de indicadores-chave de desempenho (KPIs), por exemplo.
Na essência da função, o CFO será sempre um solucionador de problemas. Com frequência, ele terá que analisar questões de forma objetiva, a fim de apresentar caminhos para mitigar o risco e resolver problemas com eficácia.
Com todas essas habilidades, o repertório em finanças e o aumento na procura por profissionais qualificados, os salários oferecidos para a posição de CFO apresentaram um incremento.
Atualmente, para um diretor financeiro ainda iniciante no cargo e com habilidades em desenvolvimento, a remuneração parte de R$ 32.500 em companhias de pequeno e médio porte e pode alcançar R$ 58.000 em grandes empresas.
Já para CFOs experientes, com habilidades relevantes, especializações e certificações, os ganhos vão de R$ 45.800 a R$ 93.150. Os dados constam no Guia Salarial 2023, elaborado pela consultoria Robert Half.
Somado a isso, para atrair e reter os melhores talentos, é comum que as empresas ofertem vantagens extras, como programas de benefícios e bônus.
O relatório da Russel Reynolds também identificou que 61% dos CFOs recém-nomeados foram promovidos internamente. Ou seja, o desenvolvimento de um diretor financeiro passa pela construção de um plano de sucessão efetivo.
Conforme a consultoria, são necessários pelo menos três a cinco anos para que uma empresa consiga analisar e desenvolver os pontos fortes, trabalhar as vulnerabilidades e os estilos de liderança no candidato ao cargo. Nesse período, o profissional também deve acumular experiências que o tornem apto à posição.
Mas, para reter esses talentos e desenvolvê-los até o ponto da sucessão, criar funções de passagem como CFO de divisão ou vice-presidente de finanças para áreas como contabilidade ou auditoria pode ser uma estratégia eficaz.
Como vimos, ascender à carreira de CFO é um desafio que exige preparo e conhecimento aprofundado em finanças e gestão, além de competências comportamentais. Por isso, é necessário estar preparado para assumir uma das cadeiras mais importantes dentro de uma organização: a de C-level.
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